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Mariana Botta, do R7

A sensação de incompetência, a frustração de não ter o desempenho que esperava e a vergonha por se considerar o pior funcionário do setor são sentimentos que acompanham quem tem TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade) em diversos momentos da vida profissional. Os pacientes ainda enfrentam a invisibilidade e o preconceito no mercado de trabalho, já que falta conhecimento sobre a patologia, que, até hoje, permanece quase exclusivamente associada à infância e a estereótipos negativos.

"Tive vários empregos nos quais não consegui ficar mais de três meses", conta Sabrina Carvalho de Aguiar, de 30 anos, product manager (gerente de produtos) da Danone Brasil, diagnosticada com TDAH aos 22 anos. Em 2022, ela também descobriu ter TEA (Transtorno do Espectro Autista). 

Sabrina Aguiar, 30 anos, é product manager da Danone (Edu Garcia/R7 - 20.10.2022)

Sabrina Aguiar, 30 anos, é product manager da Danone

Edu Garcia/R7 - 20.10.2022

"Existe uma visão única do que é um bom funcionário, e eu, apesar de ter bom desempenho, era conhecida como a moça que nem sempre chegava no horário, ou que saía muito cedo", diz. Ela procurou ajuda médica depois de passar por crises de falta de ar e de pânico, que a impediam de trabalhar e até de sair de casa.

"Eu realmente não conseguia trabalhar. Falei para o médico que eu tinha alguma coisa de diferente, e comecei um acompanhamento psicológico. Daí tive a oportunidade de fazer o teste neuropsicológico, que indicou o TDAH", explica Sabrina. 

Depois de começar o tratamento, com o uso de medicamentos, ela sentiu a diferença. "Isso me ajudou muito a ter mais controle da atenção e a me organizar melhor. Consegui entender o que afeta minha qualidade de vida e passei a adaptar as atividades de acordo com as obrigações. Assim, posso evitar determinados estímulos quando sei que vou ter um dia muito cheio."

Entre as várias estratégias adotadas pela gerente de produtos está escolher um ambiente adequado para tirar o máximo de sua capacidade. "Quando sei que preciso ter um melhor aproveitamento, procuro um local onde eu me sinto mais confortável para trabalhar." 

Bruno de Lima Nunes, 40 anos, digital influencer, empresário e professor de inglês,  também descobriu o TDAH quando já era adulto, na época em que fazia faculdade de engenharia elétrica em Itajubá, no sul de Minas Gerais. “Minha vida acadêmica era confusa, eu não conseguia terminar as coisas, não conseguia estudar. Antes [no colégio], eu também não estudava, nem sabia estudar, e era um excelente aluno", relata.

Ele não entendia como não tirava notas baixas na infância e na adolescência. "Eu lia a matéria e minhas anotações no carro, indo para a escola, 15, 20 minutos antes da prova."

Ao entrar no curso de engenharia elétrica, as notas de Bruno e sua saúde desandaram. "Tive muitos problemas psicológicos, inclusive abuso de substâncias [drogas]. Quase cheguei às vias de fato, a tirar a minha vida. Foi aí que procurei ajuda médica”, recorda.

 Veja a seguir um vídeo em que Bruno fala sobre sua experiência com o TDAH:

Assim que Bruno descobriu ter o transtorno e começou o tratamento, suas notas melhoraram. "Eu já dava aulas de inglês e continuei a faculdade, mas com o tempo percebi que não era engenharia o que queria. Então, apareceu uma oportunidade para ser sócio de uma empresa de consultoria pedagógica, onde eu também seria professor. Tranquei o curso e falei: 'Se der errado, eu volto'", lembra. Mais tarde, ele se formou em letras e fez pós-graduação em neurolinguística.

"O negócio deu supercerto e, de fato, tive uma experiência profissional que me permitiu ascender financeiramente. Hoje, minha família trabalha comigo. Minha mãe me ajuda nas finanças e a minha irmã, que se formou em engenharia, trabalha em um instituto que eu abri em Belém."

O desfecho de sucesso da história de Bruno de Lima e de Sabrina Carvalho foi possível apesar do TDAH e graças aos bons resultados que tiveram com o tratamento. No segundo caso, com o negócio próprio, o professor e empresário teve autonomia e liberdade de adaptar a rotina a suas necessidades. Sabrina, por outro lado, teve a oportunidade de trabalhar em uma empresa que conta com um programa de inclusão de profissionais neuroatípicos (ou neurodivergentes).

Esses termos são usados para designar homens e mulheres que têm o desenvolvimento neurológico diferente da maioria das pessoas em alguns aspectos, e isso é descrito do ponto de vista estatístico como atípico.

Neurotípicos, segundo a fundação Spelisterne, são aqueles que apresentam desenvolvimento neurológico convencional, situação que se percebe na maioria da população. 

Os indivíduos definidos como neurodivergentes ou neuroatípicos correspondem a cerca de 15% a 20% da população mundial. Nesse grupo estão as pessoas com autismo (TEA), TDAH, dislexia (condição que dificulta a leitura e a escrita), dispraxia (que afeta a coordenação motora), síndrome de Tourette (distúrbio caracterizado por tiques motores e pela emissão de sons indesejados), discalculia (problema de aprendizagem relacionado a números e ao domínio da matemática) e disgrafia (dificuldade na aprendizagem da escrita), entre outros transtornos.

O que é o TDAH?

TDAH é a sigla em português para o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, uma alteração do neurodesenvolvimento que, até onde se sabe, tem componentes hereditários (é transmitida de pais para filhos) e genéticos (a pessoa já nasce com ela). 

Segundo a ABDA (Associação Brasileira do Déficit de Atenção), esse transtorno afeta aproximadamente 2 milhões de pessoas no Brasil. No mundo, a OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que ele se manifeste em cerca de 3% de toda a população, mas esse número pode ser maior, de até 5%.

Até 2006, o TDAH só era identificado em crianças. "É causado por uma falha no córtex prefrontal [região do cérebro], que causa uma desregulação da dopamina e da noradrenalina, neurotransmissores que controlam a motivação e a energia, respectivamente", explica o psiquiatra Guilherme Kling.

Ele também diz que os sintomas do TDAH podem ser divididos em dois pilares: o primeiro é a desatenção, e o segundo, hiperatividade e impulsividade. O especialista usa suas redes sociais para falar sobre o transtorno e ajudar pessoas que estão passando por dificuldade por falta de conhecimento dos sintomas, do diagnóstico e do tratamento.

Veja, a seguir, um vídeo com alguns desses esclarecimentos que ele publicou em seu perfil no Instagram:

Apesar de ainda ser mais associado à infância, o transtorno é bastante comum em adultos, público no qual se manisfesta de forma diferente. "A desatenção não é tão importante, e nem todo paciente apresenta a hiperatividade motora, mas a mental e a impulsividade todos têm", ensina o psiquiatra.

Além de ser especialista em TDAH, Guilherme Kling tem a condição. Ele explica que a falta de dopamina leva à desregulação emocional e da percepção de tempo, insônia, desmotivação, sensação de esgotamento e falta de coordenação motora, entre outras coisas que atrapalham os estudos e o cumprimento de prazos. 

Para o profissional, o TDAH pode ser visto como uma "doença da performance".

"Em comparação com a média da população, o portador do transtorno performa pior em todas as áreas: tem menos estudo, ganha menos dinheiro, tem mais problemas nos relacionamentos e é mais vulnerável a outras comorbidades", afirma o profissional. "Também apresenta desempenho pior do que ele mesmo poderia ter se não fosse o TDAH", acrescenta.

O psiquiatra afirma que são características marcantes a dificuldade de dar continuidade e finalizar projetos, a impulsividade emocional, que deixa os pacientes mais vulneráveis ao descontrole financeiro, uma tendência maior à obesidade, à compulsão alimentar e ao abuso de substâncias como álcool, cigarro e drogas.

"E a procrastinação, seguida por frustração, é outro forte sinal", completa.

Deixar um trabalho para a última hora e depois ter de fazer tudo correndo, além de sempre chegar atrasado aos compromissos, são traços de personalidade dos pacientes com TDAH. Kling afirma que um dos motivos para isso é a falta de percepção temporal, já que as pessoas com esse transtorno "não são capazes de sentir o que são dez minutos".

Por isso, quando têm um prazo a cumprir, veem como algo distante. "Perto da data final, começam a ter medo e daí funcionam bem, mas sofrem com a ansiedade, o cansaço e a culpa. Eles não anteveem as consequências de seus atos", diz o psiquiatra. 

Reprodução de posts do psiquiatra Guilherme Kling sobre TDAH, no Instagram (Reprodução da internet/Redes sociais)

Reprodução de posts do psiquiatra Guilherme Kling sobre TDAH, no Instagram

Reprodução da internet/Redes sociais

O TDAH também está associado a déficits nas funções executivas, que são  habilidades cruciais para realizar as demandas do dia a dia e desenvolver novas capacidades. Existem pelo menos 21 sinais que podem indicar disfunções:

1. Dificuldade de manter a mente organizada durante uma conversação;
2. Lapsos de memória;
3. Fala pausada;
4. Problemas para verbalizar os pensamentos em uma sequência lógica;
5. Dificuldade para se localizar no espaço (perder-se geograficamente);
6. Esquecimentos no meio das tarefas;
7. Incompreensão dos processos;
8. Indecisão para saber onde focar;
9. Dificuldade para priorizar tarefas (o que leva a retrabalhos);
10. Confusão e cansaço mental;
11. Procrastinação;
12. Inabilidade para gerenciar o tempo;
13. Atrasos frequentes;
14. Necessidade de mais tempo e esforço para seguir instruções;
15. Dificuldade para prever o tempo de execução de uma atividade;
16. Falta de iniciativa;
17. Impulsividade (interrompe a fala dos outros, por exemplo);
18. Desregulação emocional (causa conflitos e brigas);
19. Dificuldade para antecipar consequências;
20. Fazer compras (e outras atividades) por impulso;
21. Dificuldade para comparar alternativas.

Mercado de trabalho

Como algumas manifestações do TDAH podem ser facilmente confundidas com comportamentos indesejáveis no ambiente de trabalho, como a preguiça, a desorganização e o desleixo, essa condição costuma ter impactos bastante negativos na vida profissional.  

Segundo um estudo realizado na Suécia e publicado em outubro de 2021, trabalhadores com TDAH e com o ensino médio completo tendem a receber salário 17% menor que as pessoas sem o transtorno. Além disso, há uma maior probabilidade de que eles passem períodos maiores desempregados e recebam auxílios por incapacidade.

A pesquisa foi publicada na revista científica JCPP Advances, ligada à ACAMH (Association for Child and Adolescent Mental Health, nome que pode ser traduzido como Associação para a Saúde Mental da Criança e do Adolescente), de Londres, no Reino Unido.

As análises mostraram que as diferenças salariais e as taxas de desemprego persistem mesmo quando os indivíduos com TDAH têm o mesmo número de anos de estudo dos não portadores dessa condição. Isso mostra, segundo um dos autores da pesquisa, que fatores como a performance na escola e comportamentos como desatenção e hiperatividade são importantes em toda a trajetória dos indivíduos. 

Inclusão nas empresas

"Trabalhar com neurodiversos foi um diamante que descobrimos", diz Letícia Araújo, head de diversidade, cultura e inovação da Danone Brasil. "Todas as empresas têm posições em que precisam de alguém que seja sistemático em cumprir uma rotina, lide bem com isso sem se entediar e atinja o 'estado de flow' [condição mental de alta concentração obtida quando, na execução de uma tarefa, a pessoa sente maior energia, prazer e foco]", justifica.

Para uma companhia ter profissionais que apresentem diferenças comportamentais ou cognitivas em seu quadro de funcionários, não são necessárias grandes adaptações no espaço físico, diferentemente do que acontece quando são adotadas políticas de diversidade e inclusão voltadas a trabalhadores com deficiência visual, auditiva, de fala ou de mobilidade.

Mas isso não significa que a empresa não precise fazer investimentos. A diferença é que eles devem ser direcionados, principalmente, à difusão de informações sobre os transtornos, por meio de treinamentos de lideranças e equipes, por exemplo. É isso que vai permitir a identificação das vagas que poderão ser oferecidas para os profissionais com TDAH e outros transtornos.

Letícia conta que, desde 2019, a Danone tem uma parceria com a Fundação Specialisterne, organização social que ajuda neuroatípicos a entrar ou a se recolocar no mercado de trabalho, e também dá suporte a empresas que se interessam em contratar pessoas com algum transtorno de comportamento.

A fundação foi criada em 2004, na Dinamarca, por um homem (Thorkil Sonne) que trabalhava na área de tecnologia e era pai de uma criança autista, que decidiu atuar na criação de oportunidades para pessoas com TEA nessa área. Hoje, a Specialisterne, que funciona como uma agência de empregos e treinamento profissional, tem unidades em 25 países. Está desde 2015 no Brasil.

As empresas, quando têm uma oportunidade de emprego para o público com alterações no neurodesenvolvimento, procuram a organização dinamarquesa.

"A gente tem um contato com o time de recrutamento, e quando eles enxergam que uma vaga pode ser direcionada para esse perfil, se percebem que pessoas com TEA ou TDAH podem vir a ter sucesso naquela posição, eles nos acionam", conta Letícia, da Danone.

"Daí, falamos com a Specialisterne, dizemos as 'skills' [habilidades] necessárias, eles buscam um candidato entre os cadastrados e o encaminham para a seleção. Depois da contratação, eles também fazem o treinamento do funcionário, da chefia e de todo o time com quem ele vai trabalhar", completa.

Além disso, diz a diretora, esses profissionais têm acompanhamento mensal com a agência. "Também fazemos reuniões de amostragem e individuais, para eles falarem o que pode mudar para sermos ainda mais inclusivos", relata.

A Specialisterne tem um banco de dados com mais de 300 profissionais cadastrados, a maioria com TEA, mas também há pessoas com TDAH. "Em sete anos, incluímos mais de 200 pessoas em empresas no Brasil. Apesar de nosso escritório ser em São Paulo, atendemos companhias de outras regiões", conta a psicóloga Rute Rodrigues, diretora de operações da organização, que se prepara para abrir um escritório no Rio de Janeiro.

Neurodivergentes a partir dos 18 anos e que querem trabalhar, mesmo que não tenham experiência, podem entrar em contato com a fundação, que oferece avaliação psicológica, treinamento e encaminhamento para as empresas.

https://img.r7.com/images/arte-sobre-estrategias-para-quem-tem-tdah-organizar-a-rotina-e-aumentar-a-produtividade-19122022171134560

Fontes: https://www.healthline.com/; https://www.focustdah.com.br; https://www.youtube.com/@focustdah8407 / Arte R7

"Atualmente, há demanda de profissionais de tecnologia, porque é um setor já acostumado com o trabalho remoto, o que facilita a contratação em alguns casos. Mas a gente gostaria muito de ter contato com empresas com oferta de vagas mais operacionais, porque recebemos pessoas com níveis de formação muito diferentes", diz Rute, da Specialisterne.

Além da Danone, outras empresas estão abertas à contratação de neurodivergentes no país, como a Microsoft, Google, AstraZeneca e Goldman Sachs. Porém, a maioria dos funcionários que se enquadra nessa categoria tem algum grau de autismo.

"Quando se abre uma vaga, não há uma orientação especial para os nossos líderes para reservarem posições para pessoas com deficiência cognitiva. Consideramos que isso poderia limitar as possibilidades de atuação desses profissionais", diz Ana Flávia Ribeiro, recrutadora da área de negócios do Google Brasil, responsável também pela promoção do recrutamento de PcDs (pessoas com deficiência) na empresa.

Acompanhamento

De acordo com Letícia, a Danone emprega hoje cinco pessoas diagnosticadas com autismo, e todas atuam na área de tecnologia. Entre elas está Sabrina que, quando foi contratada, só sabia que era portadora de TDAH.

Ela está na empresa há três anos, para onde foi graças à indicação de um amigo que conheceu em outro emprego. "Nós fomos os primeiros programadores a trabalhar no ecommerce da Danone aqui no Brasil", lembra Sabrina. 

A profissional conta que a área cresceu rapidamente. "Depois de um tempo, assumi a posição de scrum master e, logo em seguida, de product owner, que são funções ligadas à gestão de metodologias mais ágeis", diz.

Quando passou a liderar o desenvolvimento dos projetos, seu cargo mudou para product manager e, hoje, está fazendo uma adaptação para ser promovida a gerente de tecnologia.

"Lidero uma equipe multidisciplinar, com 12 pessoas, que faz o desenvolvimento do ecommerce da Danone no Brasil. Além do lado tecnológico, fazemos um planejamento que também atenda às necessidades do time de negócios", explica Sabrina, que não descarta fazer uma transição de carreira, no futuro. "Uma das coisas que eu imagino é a área de diversidade, mas para os próximos três anos", planeja.

Para Letícia, o fato de os funcionários neurodivergentes estarem já há um bom tempo na companhia mostra o acerto das ações. "Prestamos muita atenção aos detalhes, o que dá pouca margem a erros. Acredito que eles encontraram o lugar certo para usar suas capacidades", afirma.

Para a empresa, as vantagens são muitas, ela garante. "Notamos que os times que têm neuroatípicos são muito mais empáticos que os que não têm, o clima é outro, de colaboração e respeito. Apesar de apenas um do grupo ser diferente, não tem como as pessoas serem mais pacientes só com ele, então a gentileza é maior com todos", observa Letícia. 

Ao contratar pessoas autistas e com TDAH, as companhias abrem as portas para olhares diferentes, dão espaço para a criatividade e conseguem resolver problemas de formas inovadoras, não óbvias, que fogem do pensamento tradicional. Tudo isso graças à interação com indivíduos que têm habilidades únicas.

Tratamento

É possível que alguém se identifique com os sintomas e comportamentos característicos do TDAH, mas é importante alertar que, para ter esse diagnóstico, é preciso cumprir outros requisitos, como ter apresentado sintomas antes dos 12 anos.

Além disso, o nível de sofrimento causado pelas diferenças no processamento neurológico é muito mais acentuado nas pessoas com o transtorno, que têm sua vida prejudicada pelas dificuldades que enfrentam no dia a dia.

Portanto, quem desconfia que pode ter TDAH deve procurar um psiquiatra, que, além de testes, fará uma investigação do histórico do paciente, que inclui entrevistas com familiares e amigos. 

Quanto ao tratamento, Guilherme Kling afirma que são indicados medicamentos estimulantes, bem conhecidos e já usados há um bom tempo, responsáveis por uma taxa de 95% de melhora. Mas ele diz que, na maioria dos casos, para ter mais qualidade de vida, é essencial mudar alguns hábitos.

São cinco os aspectos da vida que podem ser melhorados:

1. Dormir bem — o sono precisa ser renovador, totalizando entre sete e nove horas por noite, e o ideal é que a pessoa acorde entre as 6h e as 8h da manhã. O horário é importante, explica o psiquiatra, para ajudar a redefinir o ritmo circadiano, o mecanismo pelo qual o organismo se regula entre o dia e a noite. A maioria das pessoas com TDAH tem alterações no relógio biológico, ficam mais alertas à noite, têm dificuldades para pegar no sono e para se levantar de manhã;

2. Atividades físicas — o adulto tem de incluir em sua rotina de três a cinco horas de atividade física por semana, o que varia conforme a intensidade dos exercícios. Para crianças, o tempo indicado é maior, entre cinco e oito horas;

3. Dieta — alimentos naturais, não processados e pouco industrializados, como carnes, legumes, verduras e frutas, ajudam o cérebro a funcionar melhor;

4. Meditação — é um hábito de que se tem evidências dos benefícios para a neuroplaticidade do cérebro. Kling diz que não é preciso praticar por muito tempo; 30 ou 40 minutos por semana são suficientes para treinar a concentração e o controle das emoções e da impulsividade;

5. Psicoterapia — ajuda na mudança de hábitos, autoconhecimento e autocontrole, além de fornecer ferramentas e técnicas para melhorar a estruturação mental.

Organização da rotina

Veja como fazer a matriz de prioridades, uma das estratégias sugeridas para ordenar as atividades do dia a dia e conseguir dar conta de todas as tarefas:

https://img.r7.com/images/arte-para-r7-estudio-sobre-tdah-como-fazer-uma-matriz-de-prioridades-19122022171333106

Fontes: https://www.healthline.com/; https://www.focustdah.com.br; https://www.youtube.com/@focustdah8407 / Arte R7

Reportagem: Mariana Botta
Arte: Sabrina Cessarovice
Edição: Marcos Rogério Lopes