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Cleide Oliveira, do núcleo Branded Content

Marrocos é aquele país que respira tradições, que transpira histórias. É cultuado no imaginário popular por sua riqueza de lendas, diversidade cultural e costumes herdados da mistura dos vários grupos étnicos que precederam os árabes.

Dos berberes aos cartagineses, dos fenícios aos bizantinos, a lista de civilizações que contribuíram para a formação da sociedade marroquina é grande. Sua pluralidade está refletida na linguagem, nos aromas e nos sabores regionais: visitar o Marrocos é uma experiência puramente sensorial.

Marrakech: uma das principais cidades (Pixabay)

Marrakech: uma das principais cidades

Pixabay

Tanto é assim que volta e meia a inspiração marroquina se faz presente no mundo todo. Produções artísticas grandiosas, como a novela brasileira Jezabel, cenários de filmes clássicos como Casablanca e perfumes marcantes e deliciosos, como o lançamento da nova fragrância Imensi, da Eudora, são exemplos da influência que o Oriente exerce sobre o Ocidente. 

São produtos que não resumem, mas explicam a mistura de emoções que assolam o visitante num primeiro contato com as cidades imperiais e os mercados típicos da região, por exemplo.

Imensi: lançamento da Eudora com inspiração marroquina (Divulgação/Eudora)

Imensi: lançamento da Eudora com inspiração marroquina

Divulgação/Eudora
Turistas são bem-vindos

Para os ocidentais, talvez este seja o país árabe que cause menor impacto em termos de choque cultural. Apesar da forte influência muçulmana e sua rigidez nos costumes religiosos, o Marrocos é um dos países de língua árabe mais tolerantes, principalmente em relação aos estrangeiros que visitam o País.

Lá, além do árabe como língua materna, é possível se comunicar em francês, espanhol e inglês nas rotas turísticas. Coisa de quem entende que o turismo é uma atividade econômica importante, um mercado que atraiu mais de 12 milhões de visitantes em 2018, de acordo com dados do Escritório Nacional de Turismo do Marrocos.

Foi um aumento de 8% em comparação ao ano anterior. Para se ter uma ideia desse volume, o Brasil, com um território bem maior, atraiu cerca de seis milhões no mesmo período.

Mesquita de Casablanca, que aceita visita de turistas (Pixabay)

Mesquita de Casablanca, que aceita visita de turistas

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O setor de turismo, que só perde para agricultura e extração mineral, quer atingir a meta de 20 milhões de visitantes anuais já em 2020. Se o critério para alcançar esse objetivo for o encantamento de turistas, essa meta é bastante realista.

“É um país fantástico, que proporciona momentos incríveis e memoráveis”, conta a especialista em perfumes Renata Ashcar.

"Os marroquinos guardam muitos segredos voltados para a beleza natural"

Renata Ashcar

Ela é autora do livro Brasilessência: a Cultura do Perfume, primeira publicação especializada no tema no Brasil, e voltou de sua visita ao Marrocos com uma excelente impressão, pincipalmente nos aspectos que influenciam sua vida profissional: rituais e produtos de beleza, essências e aromas regionais.

“Há muita riqueza de ingredientes, os marroquinos guardam muitos segredos voltados para a beleza natural. A cultura oriental é predominante, mas sem radicalismos”, garante Renata.

Banhos (aroma) terapêuticos
Essência de flores, como rosas e lírios, são utilizadas nas casas de banho (Pixabay)

Essência de flores, como rosas e lírios, são utilizadas nas casas de banho

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Até mesmo a questão religiosa tem ligação estreita com a higiene pessoal. No Marrocos, é hábito fazer orações cinco vezes ao dia e, para ter o direito de orar nas mesquitas, é fundamental sentir-se limpo de alma, mas também de corpo.

Há casas de banho que fazem esses rituais de limpeza, um preparo para quem vai orar em seguida e uma terapia de beleza para os visitantes autorizados a desfrutar desses momentos.

“Nesses locais, homens e mulheres vão para ambientes separados. Muitas vezes, mães, filhas e avós se reúnem, é um encontro familiar que antecede a ida às mesquitas”, conta Renata.

"Os tratamentos são à base de sabonete em pasta, óleo de oliva, louro, essências florais"

Renata Ashcar

“Tive a oportunidade de desfrutar um banho aromático em um lugar simples, sem frescuras, mas saí renovada e surpresa com os tratamentos à base de sabonete em pasta, óleo de oliva, louro. A esfoliação natural, o vapor, tudo ali proporcionou uma sensação de enorme bem-estar”, lembra.

Variedade de temperos e produtos específicos chamam a atenção (Divulgação/Eudora)

Variedade de temperos e produtos específicos chamam a atenção

Divulgação/Eudora

Nos souks, as feiras de rua, a variedade é padrão e barganhar, a alma do negócio. Disputam os apertados espaços das barracas produtos como artefatos de cerâmica, tecidos, roupas, temperos, óleos aromáticos e essências para banhos.

“Lembro de produtos específicos, como uma tintura de papoula preparada em uma cuia de cerâmica, que era para ser utilizado como batom”, explica a especialista Renata.

Sair sem um turbante berber na cabeça, sem provar uma xícara de chá ou sem um vidrinho de perfume é quase impossível para quem entra num souk. Ainda que você tente sair da tenda sem levar nada, o feirante vai entender que o motivo é o preço alto e sairá correndo atrás do prejuízo. Literalmente.

Festa dos sentidos

Renata conta também que o apelo olfativo de elementos como âmbar, madeira, cedro, íris, alecrim, rosa e mimosa é bastante poderoso sob o ponto de vista emocional.

A explicação é até simples. “Nosso olfato é um sentido forte e incontrolável, ativa no cérebro todas as conexões relacionadas à memória. O cheiro é um irmão da respiração”.

Outro sentido bastante aguçado durante uma viagem ao Marrocos é o paladar. A culinária regional é bem condimentada e tem sabores fortes, mas não apimentados – uma confusão bastante comum, mas que se desfaz ao provar a primeira iguaria marroquina.

Para quem segue dietas mais restritivas, como os celíacos e os veganos, a boa notícia é que as opções são inúmeras e igualmente saborosas. Verduras, frutas e legumes são abundantes na região.

"Adentrar uma medina é uma experiência singular"

Maíra Knox

Maíra Knox, chef da Casa Uca que participou do programa Top Chef Brasil, da RecordTV, conta como foi seu primeiro contato com a cozinha marroquina: “meu interesse começou quando morei em Nova York, cidade que realmente abriga várias culinárias do mundo. Quando estive em Paris, que tem uma comunidade marroquina bem atuante, a curiosidade aumentou. O conhecimento, porém, veio após a viagem que fiz ano passado para o Marrocos. Adentrar uma medina com suas pequenas vielas cheias de comerciantes, com diferentes cores, cheiros e sons, é uma experiência realmente singular”.

A riqueza de sabores é a maior característica da cozinha marroquina (Pixabay)

A riqueza de sabores é a maior característica da cozinha marroquina

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Para alguém do ocidente, como ela, é uma tarefa difícil eleger os ingredientes mais marcantes dessa viagem. “Sou fascinada por especiarias, por isso destaco na minha lista o Ras el Hanout, uma mistura de canela, cominho, cardamomo, gengibre, açafrão, anis estrelado, noz moscada e semente de coentro. Também chamou minha atenção a Harissa, um purê de pimentas vermelhas picantes, defumadas com cari, coentro, cominho e azeite de oliva”, enumera.

Segundo a chef, “tudo no Marrocos é surpreendente, por isso entendo que o turista deve estar aberto a todas as possibilidades que a cultura local pode oferecer. Antes de ser cozinheira, sou uma curiosa sweet and sour (N.R.: disposta a provar todos os sabores, do doce ao azedo)”.

"Tudo no Marrocos surpreende"

Maíra Knox

Argan: o país é grande produtor e consome o óleo também para cozinhar (Pixabay)

Argan: o país é grande produtor e consome o óleo também para cozinhar

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Mesmo quando feita em casa, a comida está longe de ser simples. É comum o uso de amêndoas em pratos doces e salgados, além do óleo de Argan para cozinhar.

Após o Ramadã, mês de jejum árabe, fica difícil contar a grande quantidade de pratos levados à mesa de uma família marroquina. “Até tentei fazer o tal jejum, para entender o ritmo deles”, explica Maíra.

“Mas a tarefa é bem árdua, quando se tem pela frente folhados agridoce com canela e amêndoas, a pasta de berinjela com tomates e especiarias Zaalouk ou o Mechui, uma peça de cordeiro assada lentamente na brasa acesa em buracos na terra”.

Ingredientes naturais entram na cozinha e na produção têxtil (Divulgação)

Ingredientes naturais entram na cozinha e na produção têxtil

Divulgação

Depois dos sabores, as cores. Na rota turística obrigatória, o mercado de tintureiros ou Souk des Teinturiers se destaca como um dos locais para conhecer as técnicas de tingimento exclusivamente naturais.

Lãs, sedas e peças de algodão se transformam nas mãos de trabalhadores que utilizam extratos de conchas do mar, rochas e algas, entre outros elementos, para compor uma paleta vívida de cores.

Manias, hábitos e costumes
Toda hora é hora de chá, principalmente o de hortelã (Pixabay)

Toda hora é hora de chá, principalmente o de hortelã

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Como a maioria dos países árabes e de religião predominantemente muçulmana, o Marrocos reúne hábitos e costumes bastante específicos. É comum observar nas ruas homens de mãos dadas, o que é um símbolo de amizade e não de envolvimento amoroso. Alguns até trocam “selinhos” em público, como prova dessa fraternidade.

O chá é uma bebida bastante consumida, ao contrário do álcool. “Todas as refeições terminam com um chá de hortelã”, lembra a chef Maíra. “Aliás, tive a impressão de que os marroquinos consomem o chá a qualquer momento do dia”.

Em sua maioria abstêmio, o País é grande produtor de vinhos e cervejas para exportação. E tolera o hábito de beber entre os turistas, mas proíbe que circulem por espaços públicos ostentando o consumo.

As mulheres não usam burca

Marroquinos comem com as mãos, principalmente a direita, demonstram seu luto usando roupas brancas e detestam fotos sem autorização. Mas, se pedir com jeitinho, eles deixam. 

São donos da universidade mais antiga do mundo, fundada no ano de 859 na Mesquita Quaraouiyine. E estão no caminho da valorização cada vez maior da mulher, que usa hijabs coloridos ao invés de burcas e participa cada vez mais ativamente da sociedade nos grandes centros.

Viaje na viagem
Digite a legenda da foto aqui (Arte R7)

Digite a legenda da foto aqui

Arte R7

A melhor época para visitar o Marrocos é na primavera, de março a maio, e no outono, de setembro a novembro. “Depois da minha participação no Top Chef Brasil, segui para a Espanha e, de lá, peguei um barco em Tarifa para atravessar o Estreito de Gibraltar”, lembra Maíra.

O roteiro dela incluiu as cidades de Chefchaouen e Fez. Brasileiros não precisam de visto para viajar ao Marrocos, apenas um passaporte com validade mínima de seis meses – incluindo o período de estada no País.

Embora não existam regras, vale lembrar que cerca de 98% da população é religiosa e islâmica, portanto, prefira as roupas discretas. Quanto aos hábitos pessoais, é possível comprar bebidas e cigarros nos duty-frees das principais cidades, com limite para turistas de três litros de alcoólicos e 200 unidades de cigarro.

Gorjetas e barganhas são uma prática por todos os lugares, porém, não obrigatórias. Mas quem vai querer sair com fama de pão-duro?

Deserto marroquino: para extravasar a sensação de liberdade (Pixabay)

Deserto marroquino: para extravasar a sensação de liberdade

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Já os cartões de crédito são amplamente aceitos, em suas bandeiras mais comuns. No entanto, é sempre indicado levar algum dinheiro na moeda local para compras de menor valor. As casas de câmbio trocam cheques de viagem e dólares ou euros em espécie, só não esqueça de verificar previamente as taxas aplicadas.

Ao desembarcar no Marrocos, sua maior preocupação deve ser aproveitar ao máximo a experiência transformadora de estar num lugar mágico, cercado de tradições e cultura milenar. E guardar na memória algo que fotos não eternizam: sabores, sons e aromas de uma viagem inesquecível.

Camila Queiroz apresenta a fragrância exclusiva de flores do deserto (Divulgação/Eudora)

Camila Queiroz apresenta a fragrância exclusiva de flores do deserto

Divulgação/Eudora

Uma iniciativa: Eudora

Uma iniciativa: Eudora
Eudora Imensi. Horizonte de possibilidades.
Uma fragrância exuberante e marcante, com acorde exclusivo de flores do deserto.



Repórter
: Cleide Oliveira
Arte: Sabrina Cessarovice
Produção audiovisual: Eudora

Conteúdo e Marca R7 Multiplataforma
Redatores
: Juliana Lambert, Julia Arbex e Rodolfo Paioletti
Editora-chefe: Maria Beatriz Zultauskas