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Um retrato-falado, de anos atrás, circulava nas redes sociais e, em nada, lembrava a dona de casa. Mesmo assim, sofreu espancamento a céu aberto, sem direito de defesa. Após a morte de Fabiane - que carregava uma Bíblia nas mãos - ,descobriu-se que as notícias disseminadas eram falsas e que ela não era a mulher do retrato. Cinco pessoas foram presas e condenadas a 30 anos de prisão pelo crime. A morte chocou o país pela brutalidade de tanta gente ensandecida, fazendo justiça com as próprias mãos. Fabiana deixou o marido e duas filhas.
Reprodução/Record TV
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No dia 3 de maio de 2014, Fabiane Maria de Jesus ofereceu uma fruta, que acabara de comprar a uma criança do bairro em que vivia, no Guarujá, litoral paulista. Foi o suficiente para desencadear uma série de agressões
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Centenas de pessoas agrediram Fabiane
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E ela não conseguiu escapar da morte, aos 33 anos de idade
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Fabiane foi linchada por ter sido confundida com uma suposta sequestradora de crianças que rondava a região
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Um retrato-falado, de anos atrás, circulava nas redes sociais e, em nada, lembrava a dona de casa. Mesmo assim, sofreu espancamento a céu aberto, sem direito de defesa. Após a morte de Fabiane - que carregava uma Bíblia nas mãos - ,descobriu-se que as notícias disseminadas eram falsas e que ela não era a mulher do retrato. Cinco pessoas foram presas e condenadas a 30 anos de prisão pelo crime. A morte chocou o país pela brutalidade de tanta gente ensandecida, fazendo justiça com as próprias mãos. Fabiana deixou o marido e duas filhas.
Reprodução/Record TV
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No dia 3 de maio de 2014, Fabiane Maria de Jesus ofereceu uma fruta, que acabara de comprar a uma criança do bairro em que vivia, no Guarujá, litoral paulista. Foi o suficiente para desencadear uma série de agressões
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Antônio Tamandaré foi um indígena que liderou um movimento de independência religiosa e resistência política de seu povo, ainda na época do Brasil Colônia. Ele era seguido por muitos e perseguido pela coroa portuguesa.
Após um tempo incerto de fuga pelas matas, Antônio Tamandaré não foi mais visto e duas versões surgiram para o seu desaparecimento: a primeira, pela origem de seu povo — ele era um caraíba, um povo itinerante —, dizia que Antônio se teria embrenhado na floresta e tomado rumo desconhecido; e a segunda, versão documentada numa carta do conhecido jesuíta José de Anchieta, é a de que ele foi espancado até a morte e teve a língua cortada, numa simbologia explícita do que incomodava os colonizadores: a palavra. Esse é o primeiro linchamento de que se tem notícia no Brasil.
Os espancamentos do passado não são considerados linchamentos pelos estudiosos, pois não eram crimes cometidos em coletivo. Foi a partir de 1940 que passamos a ver casos de linchamento noticiados na grande imprensa. É o que mostra a única e mais completa pesquisa já feita no Brasil sobre o tema, de autoria do sociólogo José de Souza Martins. Martins escreveu o livro Linchamentos: A Justiça Popular no Brasil. Estima-se que mais de 1,5 milhão de pessoas já tenham participado de ações de justiçamento de rua. E que aconteçam ao menos dois linchamentos por dia no nosso país.
(Prêmio ExxonMobil — antigo prêmio Esso de Jornalismo)
Em julho de 2015, Cledenilson Pereira Silva, de 29 anos, conhecido como Xandão, foi amarrado a um poste e espancado até a morte por moradores do bairro de Jardim São Cristóvão, no Maranhão, após uma tentativa frustrada de assalto. Quase sete anos após o crime, a Justiça do Maranhão condenou a 13 anos e 9 meses de prisão Ivan Santos Figueiredo pelo assassinato de Cleidenilson. Outros cinco acusados foram absolvidos do crime.
No dia 3 de maio de 2014, Fabiane Maria de Jesus ofereceu uma fruta, que acabara de comprar, a uma criança do bairro em que vivia, no Guarujá, no litoral paulista. Foi o suficiente para desencadear uma série de agressões, cometidas por ao menos uma centena de pessoas, que resultou na morte dela, aos 33 anos.
Fabiane foi linchada por ter sido confundida com uma suposta sequestradora de crianças que rondava a região. Um retrato falado, de anos antes, circulava nas redes sociais e em nada lembrava a dona de casa. Mesmo assim, ela sofreu espancamento a céu aberto, sem direito de defesa. Após a morte de Fabiane — que carregava uma Bíblia nas mãos — ,descobriu-se que as notícias disseminadas eram falsas e que ela não era a mulher do retrato.
Cinco pessoas foram presas e condenadas a 30 anos de prisão pelo crime. A morte chocou o país pela brutalidade de tanta gente ensandecida, fazendo justiça com as próprias mãos. Fabiana deixou o marido e duas filhas.
Refugiado, o congolês Moïse Kabagambe vivia desde os 11 anos no Brasil. Ele trabalhava em um quiosque na praia na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. No dia 24 de janeiro, ao cobrar três diárias de trabalho que ainda não havia recebido, foi espancado até a morte em plena orla. Câmeras de segurança registraram o linchamento. As imagens chocantes rodaram o mundo. Enquanto Moïse estava sendo agredido, pessoas caminhavam e tomavam cerveja próximo ao local, aparentemente alheios a tamanha crueldade.
Os três agressores de Moïse respondem ao processo presos e podem pegar até 30 anos de pena. Já aqueles que passaram e não ofereceram socorro também respondem criminalmente, mas em liberdade. A pena deles pode chegar a 1 ano e meio de reclusão.
Editora: Aline Bertoli
Repórteres Cinematográficos: Juarez Rossi, Michel Mendes e Leonardo Medeiros
Auxiliar Técnico: Ronaldo Cardoso e João Vilela
Operador de Áudio: Wagner Alves da Silva Andrey Allison de Jesus Rosa
Iluminador: Jairo Acaraiba
Editor de Imagens: Camila Babilius, Sidney Leão e Ana Toledo
Editor Finalizador: Leandro Pasqualin e Rovane Alves
Chefes de Reportagem: Mateus Munin e Priscilla Grans
Editor Executivo: Marcelo Magalhães
Editores-Chefe: Gustavo Costa e Cristiane Massuyama
Chefe de Redação: Pablo Toledo
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Coordenadores Transmídia: Bruno Oliveira, Juliana Lambert e Leonardo Azzali
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Diretora de Conteúdo Digital e Transmídia: Bia Cioffi