O caixa do quiosque pega o dinheiro. Olha desconfiado para um dos lados antes de confirmar o pedido: água de coco? Água de coco. Parece ter dúvidas o bastante para não saber nem como perguntar. Não é de bom grado saber do cliente o que ele é. Em todo caso, ele entrega o coco perfurado para duas mãos peludas de um tigre-lobo-alienígena — muito provavelmente as três coisas ao mesmo tempo. Uma permanece com a fruta, a outra acena para Siljuelas, um gambá com quase 1,75 m de altura, que passa ao celular segurando a própria cabeça.
Santos não estava convidativa naquele 24 de agosto de 2019. O céu de nuvens carregadas e a garoa fina mantinham poucos à orla. Como três rapazes de olhos esbugalhados com cervejas à mão que logo perguntaram:
— Cara, sabe me dizer o que está acontecendo?
— Sei sim: eles são furries.
Silêncio. Não era a resposta que esperavam, mas era a descrição pontual do que acabava de acontecer no quiosque, começava a atravessar com passos de dança sobre uma faixa de pedestres da avenida Vicente de Carvalho e fazia ciclistas torcerem o pescoço na ciclovia. Furries, dezenas deles ali e mais uma centena a pouco metros, no Mercure Santos Hotel, onde rolava a 4ª edição da Brasil FurFest.
Embora o termo possa ser relacionado — mas não traduzido — a “pelos”, “peludos” ou “pelúcia”, Danny Lauderdale, o organizador da convenção, aconselha a não chamar os fursuiters de “bichinhos de pelúcia gigantes". “É considerado pejorativo", explica.
Ele explica que o conceito definido hoje como furry surgiu nos EUA, em 1980, “quando personagens desenhados por Steve Gallacci na série de HQ’s Albedo Anthropomorphics iniciaram a discussão a respeito de personagens antropomórficos na ficção científica.”
A partir daí o termo ganhou força ao longo da década por meio de fanzines, até atingir o seguinte consenso por volta de 1990: "Apreciação e disseminação de artes ou prosas relacionada a 'furries', ou personagens ficcionais antropozoomórficos de mamíferos", conforme diz texto enviado por Danny.
Em outras palavras, ser furry é criar um personagem fictício e usá-lo para se divertir com outras pessoas da comunidade, geralmente em eventos ou encontros. “É o que a gente chama de fandom”, pontua Ramon Espeschit, artista plástico elaborador de fursuits, cujas fursonas são dois simpáticos tigres, o Zeng e o Sucrillos (foto). “Esse personagem fictício é baseado em um mamífero muitas vezes. Mas tem gente que também usa répteis ou mistura seres alienígenas e fantásticos com os reais.”
Com definições atualizadas e o crescimento do número de fãs, os furries norte-americanos passaram a discutir a ideia de uma convenção exclusiva no final da década de 1980. Até então, eles participavam de eventos mais amplos, como convenções do Star Wars, por exemplo. Mas, como explica Danny, rolou a ConFurence 0, entre 21 e 22 de janeiro de 1989, no Holiday Inn Bristol Plaza, em Costa Meza, na Califórnia.
A partir daí, o lance de interação furry só ganhou mais terreno com a chegada da internet, graças a fóruns e sites sobre o tema. Até que no ano 2000 a fandom se popularizou no Brasil e chamou a atenção de Ivo Filgueiras, cuja fursona é Siljuelas, o saruê branco de patas rosas do início do texto.
Sentado em um banco de frente para avenida, ele enxuga a testa com as costas de uma das mãos e afirma orgulhosamente: “Sou um dos mais velhos no País.” O agente marítimo de 35 anos conta que, na época em que o maior temor de um internauta era o bug do milênio, ele se deparou com algumas galerias de arte com um tipo específico de personagem: “Já gostava de desenhar na época e uma coisa acabou levando a outra. Fui procurando mais e treinando o traço.”
Ivo havia encontrado arte furry. Mas, apesar da descoberta, o cenário brasileiro não era nem um esboço do que é hoje. “Ninguém tinha fursuit. Ninguém tinha nada. A gente era apenas um grupo de amigos com um interesse em comum, que se encontrava para fazer algo juntos”, lembra. Coisas básicas, como uma ida à pizzaria, por exemplo. “O que a gente chama de meets [encontros].”
“Em 2002 ou 2003, tínhamos um fórum na internet. Fui o registro 23 deste fórum. Hoje, em um grupo de Facebook, temos mais de 4 mil pessoas e no aplicativo Furry Amino são mais 10 mil. Todos usuários únicos. Não dá para ter conta fantasma lá”, explica.
Foi só em 2008 que surgiu a primeira reunião anual da comunidade aqui no Brasil, o Abando, em formato de acampamento no interior de São Paulo (hoje conhecido como FurCamp). De acordo com Danny, esse foi o pontapé inicial para os grandes eventos do gênero no País. Em 2014, rolou o primeiro Furboliche, que já contou com 261 participantes em uma única edição. O nome já sugere o que rola nesse encontro. Já em 2016, começa a era das convenções furry de hotel por aqui, com a Brasil FurFest. Na edição deste ano, a maior convenção da América do Sul reuniu 571 pessoas de oito países diferentes.
A Brasil FurFest ocupava o andar logo acima da recepção do hotel. O fluxo de furries entre os dois patamares era constante, tanto pela escada quando pelo elevador. Alguns eram conduzidos por pessoas credenciadas e sem fantasia para evitar acidentes.
O clima abafado mantinha alguns fursuiters na área de embarque e desembarque de hóspedes. Todos com total disponibilidade para fotos e acenos aos hóspedes e transeuntes. Uma noiva visivelmente confusa teve que caçar uma beirada entre o aglomerado peludo para entrar no carro que a levaria em direção à cerimônia. A data de um casamento é sempre marcada por detalhes inesquecíveis mesmo.
No andar destinado à convenção, uma sala engolia pessoas e devolvia seres antropomórficos ao saguão central. Quando se cruzavam, pulavam, davam patas, se abraçavam. Também faziam questão de mostrar detalhes, possíveis novidades, na fantasia.
Uma espécie de empolgação contida dos peludos anunciava que algo estava prestes a acontecer. Sensação confirmada ao microfone por Danny, que chamava todos os participantes a uma área adaptada como pista de dança. E lá foram eles, braços dados ou não, no ritmo frenético de uma batida eletrônica, tentando acompanhar os comandos do organizador: “Tigres para esse lado, lobos daquele!”
Agitação que contrastava com a concentração presente na sala ao lado, onde mãos hábeis traçavam personagens diversos, mundos paralelos, anatomias nunca antes vistas. Ali, pelos eram apenas textura e não uma segunda pele. Não havia espaço em branco.
De volta ao saguão principal, uma raposa gesticulava com voluntários do evento. Uma raposa com um enorme rabo felpudo. Notei ao tropeçar nele.
— Desculpe.
— Foi nada — disse uma voz abafada — ser furry no Brasil é sentir bastante calor.
Lox saiu dos quadrinhos para a Brasil FurFest: “Ele é um bardo espião do mundo medieval. Gosta de música, de conversar e se dar bem com as oportunidades que aparecem”, descreve o criador, Rodrigo Fanchini, 28, que trabalha com automação na vida real. Há sete anos na fandom, ele elaborou a fantasia recentemente.
“Você não precisa de nada para começar. Nem o desenho do próprio personagem”, explica. “Basicamente, ser furry é gostar de criaturas antropomórficas, de arte, de histórias, gostar de criar conteúdos e viver tudo isso.”
— E quanto tempo você aguenta aí dentro?
— Entre 1h e 2h, senão me mexer demais.
— Tem algum segredo?
— Beba muita água e durma bem.
Dedicado ao personagem, Rodrigo evita se desfazer de qualquer parte da fantasia em público: “Para não quebrar a magia. Principalmente pelas crianças. Elas não enxergam um ser humano aqui dentro.”
Como vimos acima, participar da fandom não exige fursuit. Mas, conforme os membros da comunidade adquirem experiência, o desejo de trazer o personagem criado para a realidade acaba sendo consequência.
“Muita gente acha que o furry fandom é só fursuit. Mas temos escritores, músicos, ilustradores, programadores”, descreve Ramon, “inclusive, chamamos esse profissionais para usarem o conhecimento deles dentro da comunidade.” O artista plástico explica que um ilustrador pode encontrar um escritor e os dois criarem um livro, por exemplo. “No geral, a galera faz o que gosta. Tem muita diversidade de gosto, não é só fantasia.”
Ivo, o criador do Siljuelas, por exemplo, era conhecido na comunidade por outro personagem, um dragão chamado Setzer e nunca teve interesse em tirá-lo do papel para a fursuit: “No começo, aqui no Brasil, as técnicas eram muito rudimentares. As roupas ainda não eram tão bonitas.”, avalia. “As pessoas tinham muito preconceito com relação à fantasia.”
— Preconceito?
— Preconceito do julgamento alheio — afirma Siljuelas em tom reflexivo, enquanto estende os braços em direção a um cachorro tão confuso quanto curioso. — Houve uma série de problemas em relação à mídia nos EUA. As pessoas tinham medo de que acontecesse o mesmo aqui no Brasil.
— Você consegue detalhar algum desses episódios?
— Tivemos problemas em relação a matéria tendenciosas nos jornais, com foco excessivo em partes do fandom que não cabe aqui discutir, de partes mais “adultas”.
Siljuelas tinha razão: o momento era de confraternizar e não de alimentar mal-entendidos. No entanto, a ideia de furries metidos em fursuits promovendo algazarras sexuais homéricas costuma ser disseminada em recantos obscuros da internet ou habitar o imaginário daqueles que nunca acessaram o ambiente extremamente criativo dessa cultura. Antes de deixar de vez o assunto, Siljuelas lembrou que comportamentos dissonantes da essência de uma cultura costumam ocorrer “em toda aglomeração de fãs”.
Para entender de onde surgiu e como funciona esse preconceito, a busca pelo termo “psicólogo social furry” nos direcionou a um gato azul de jaleco chamado Nuka. E não foi dessa vez que o algoritmo errou: Nuka é a fursona do Dr. Courtney Plante, psicólogo social e professor da Universidade de Bishop, em Sherbrooke, no Canadá.
“Estudo principalmente a cultura de fãs, a fantasia e os efeitos da mídia na maneira como as pessoas pensam, sentem e se comportam!”, explicou o entusiasmado Dr. Plante por e-mail. “Também participo de outras comunidades, como a brony [termo usado para designar fãs do sexo masculino do desenho My Little Pony].”
— E quanto ao Nuka, Doutor?
— Ele é basicamente um cientista da maneira como cientistas costumam ser retratados em desenhos infantis: anda de jaleco, explode e incendeia coisas e geralmente age como um louco.
— Ótimo!
Dadas as apresentações, Plante diz não saber ao certo quando as pessoas começaram a misturar furries com fetiches sexuais. Embora ele desconfie que o episódio Delírio em Las Vegas do CSI, situado em uma convenção fictícia de furries, “tenha muito a ver com isso”. No entanto, o professor arrisca uma explicação.
Segundo ele, seres humanos são naturalmente curiosos. Sempre que alguém faz algo tido como fora do padrão nos tornamos “psicólogos amadores”. Quando vemos uma pessoa dentro de uma fursuit, com rabos e orelhas peludos, a tendência é perguntar por que alguém faria algo tão estranho?
“Geralmente precisamos de respostas nas quais confiamos: ‘Eles são loucos’ ou ‘eles fazem isso porque têm alguma esquisitice ou fetiche bizarro’. Se você pensar bem, muitas das nossas explicações para comportamentos estranhos se enquadram nessas categorias”, defende o acadêmico.
Por compreender o mecanismo que leva ao mal-entendido, o Dr. Furry, como também é conhecido, isenta os leigos de culpa: “Se eu nunca tivesse visto um peludo antes, talvez pensasse exatamente a mesma coisa". Mesmo assim, o professor garante que nenhuma pesquisa até o momento suporta qualquer estreitamento entre furries e fetichismo.
“Furries são fãs, assim como fãs de esportes são fãs de esportes e fãs de Star Wars são fãs de Star Wars. Em vez de pintar os rostos nas cores do time ou fazer cosplay, eles usam fantasias e falam sobre programas de TV e artistas favoritos”, define Plante.
“Era um preconceito descabido. Mas, as pessoas lá atrás não tinham como saber”, balbucia Ivo na tentativa de encerrar o assunto. No entanto, conclui: “Até o meu preconceito foi quebrado: vesti a roupa para ajudar um amigo e acabei aqui.”
Com a cabeça do saruê invocado sobre o colo, o agente marítimo recorda que a decisão de adquirir a fursuit que vestia naquele momento foi ao acaso. Um amigo havia elaborado a fantasia do futuro Siljuelas com o intuito de vendê-la e chamou Ivo para usá-la nas divulgações: “Quando vestia, todo mundo falava, ‘nossa, você combina super bem com o personagem, deveria ficar com ela’. Acabei comprando.”
Há poucos metros de Sijuelas, uma loba cinzenta de jaqueta de couro, jeans e tênis amarelo se diverte com uma multidão de outros furries. Correm pela areia, fazem pose sobre uma ponte, entre abraços e uivos. Aluada, como é chamada, foi criada pela estudante de veterinária Julia Braga, 23, satisfeitíssima com a fursuit que estreava já no primeiro evento de que participava.
Vinda de Belo Horizonte, ela diz estar na fandom há três anos: “Adicionei uma menina que gostava dessas coisas. Ela me explicou e pesquisei. Eu já era artista, já desenhava. Aí juntei a minha paixão por arte aos animais antropomórficos e continuei”, conta.
A fantasia ainda era simples: cabeça e patas peludas. Mas não limitava em nada a diversão da jovem. “A Azevix (outra furry) e eu que fizemos. Comprei os materiais há muito tempo, porque já estava planejando. Gastei por volta de R$ 400.”
Segundo Julia, na furry fandom todos estão dispostos a ajudar: “Ninguém precisa saber nada específico. Tem uma fursuiter aqui que não sabe desenhar, não faz nada artístico. Mas tem a fursuit e se diverte.”
Julia diz não esconder nada de ninguém. Todos ao redor sabem que ela gosta de desenhar e ama animais. Quando questionada por familiares, respondeu na lata: “São animais antropomórficos e estou envolvida nesse meio artístico. Ninguém estranhou.”
Já a companheira de viagem de Julia, Azevix, uma tigresa-loba vivida por Raissa Macedo, 24, diz ter se distanciado de alguns amigos: “Tentei explicar, mas não teve jeito”, lamenta. Em contrapartida, conseguiu o apoio dos pais na empreitada: “Mostrei vídeos do que acontece nos eventos. Do pessoal junto, sendo feliz. Tanto aceitaram, que meu pai me ajuda muito na criação dos personagens e minha mãe na costura.”
Mais ou menos o que aconteceu com Ramon, que hoje vive exclusivamente da confecção de fursuits. Os parentes achavam que era “fase passageira”. Até tentaram convencê-lo a mudar de carreira, mas sem brigas. No entanto, conforme entendiam o funcionamento da fandom, passaram a ajudar. “Minha tia me arrumou material. Minha avó me ensinou costurar na máquina. Sempre trocávamos ideias de como melhorar as fantasias.”
Em um cantinho da FurFest, um garoto com garras afiadas parecia decidir entre se juntar aos outros peludos ou não. Apesar dos 16 anos de idade, Pedro Kenzo respondeu orgulhosamente sobre o tempo que faz parte da fandom: quase uma década! A descoberta veio ao ser chamado de furry por um amigo: “Porque acabei gritando: ‘Ah, eu sou um lobinho!’” E lobo virou Goryn, seu personagem mais valente.
Segundo ele, os familiares agiram bem quando o viram imerso na comunidade, com exceção de alguns tios. Em relação aos amigos, os de fora da comunidade acabam não sabendo muito sobre o assunto. Mas, como diz ter mais amigos na fandom, não faz a mínima diferença.
— E em um ambiente marcado pela seriedade como o acadêmico, Dr. Plante?
— Inicialmente, professores e colegas estavam um pouco preocupados com a pesquisa furry. Apoiaram, mas preocupados se eu conseguiria manter um emprego sob o rótulo de ser "aquele cara que faz a pesquisa estranha".
No entanto, ao longo dos anos, a desconfiança se tornou entusiasmo com as dezenas de artigos científicos publicado. Material que, ao lado de colegas, disponibiliza no site Furscience. “Tenho muita sorte de ter um emprego onde sou encorajado a estudar o que quiser, mesmo que seja um pouco estranho!”, avalia com bom-humor.
“Ela é diferente de mim na vida real”, conta Raíssa Macedo sobre a fursona, Azevix. “Ela é brincalhona, extrovertida e eu sou tímida. Ela gosta muito de abraçar, tanto que tenho a coleira para me levarem para passear. Ela me ajuda muito. É meu material de escape. Com ela sinto que consigo ser eu de verdade. Consigo brincar, consigo conhecer pessoas novas. Ela me dá essa liberdade de ser mais feliz.”
Em campos mais tradicionais da psicologia, a ideia da criação de uma espécie de “vida paralela” pode não ser vista com bons olhos por especialistas. No entanto, para Yuri Busim, doutor em neurociência cognitiva pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, a discussão perde força quando é feita com julgamentos prévios: “Criar uma personalidade alternativa pode ser uma forma de se expressar uma vez que não se consegue fazer isso com facilidade no cotidiano. É importante ressaltar que isso varia de pessoa para pessoa e não é algo necessariamente ruim”, afirma o doutor.
Yuri Mesquita, 24, também faz parte do grupo que encontrou no universo furry uma maneira mais fácil de se expressar e de socializar: “Antes de conhecer a fandom, eu era perdido. Não sabia onde me encaixar”, disse o brasiliense da fursona canina Carabina Tiro Certo, que viajou mais de 1.000 km para chegar à convenção. “Hoje tenho mais amigos aqui.”
Para o Dr. Busim, a atividade pode ser uma ferramenta importante para criar novas relações, desde que não crie uma dependência: “Pode ser útil, mas não necessário”, afirma. “Útil por ser uma forma de socializar, mas sem ser a única forma de socializar.”
No fim, o psicólogo prega o equilíbrio, para que a atividade se mantenha mentalmente saudável: “O ponto central da divisão é saber diferenciar a fantasia do real. A pessoa conseguir separar uma coisa da outra e conseguir viver bem em ambos os mundos.”
Todos os entrevistados foram unânimes sobre o aquilo que os mantêm na fandom: as amizades. “Tenho amigos aqui que conheço desde 2002”, conta Ivo. “Você constrói relacionamentos pelo caminho e esses eventos são uma chance no ano que você tem para encontrá-los, botar a conversa em dia e brincar.”
Raissa diz ter participado de poucas convenções ainda, mas não esconde entusiasmo: “Espero que a fandom permaneça por toda a minha vida. Me divirto muito quando venho.”
Com base no crescimento da comunidade ao longo dos anos, a criadora de Azevix pode ficar tranquila: “A furry fandom continua a crescer. Existem mais convenções do que nunca. Há mais programas com temas peludos, como Bojack Horseman e My Little Pony, por exemplo”, explica o Dr. Plante.
Popularidade essa que, segundo o professor, colabora para evitar a zoeira de pessoas pouco esclarecidas sobre o assunto: “Anos atrás, as pessoas costumavam tirar sarro dos fãs de Star Trek e Senhor dos Anéis. Hoje, essas franquias são populares e ninguém mais faz piada. Acredito que o mesmo acontecerá com os furries.”
No desligar das câmeras, agradeço Siljuelas pela atenção. Mas, antes da despedida, aproveito o tema da Brasil FurFest de 2019, Furtrópolis, para perguntar: como ele imagina a cidade furry ideal?
“Seria um lugar onde as pessoas poderiam ser o que elas quisessem. Em que ninguém precise ou queira julgar alguém pelo o que essa pessoa faz ou deixe de fazer.”
Edição: Tatiana Chiari
Fotos: Edu Garcia
Arte: Matheus Vigliar e Sabrina Cessarovice
Imagens: Bruno de Moura Lima
Produção audiovisual: Pedro Borelli
Edição de vídeo: Edimar Sabatine, Caíque Ramiro e Danilo Barboza
Videografismo: Marisa Kinoshita
Sonoplastia: Luciano Gonçalves de Souza