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Kaique Dalapola, do R7

Bruna acorda cedo todo sábado. O procedimento é sempre o mesmo: prepara as sacolas com cerca de dois quilos de alimentos, junta as bolsas e potes transparentes e, uma vez por mês, separa a mochila com roupas para o marido. Em seguida, sai para trabalhar.

Seus filhos já estão na casa dos avós — que recebem R$ 50 para cuidar das duas crianças no fim de semana. No período da manhã, ela vende bala no farol no centro da cidade, como faz todos os dias para sobreviver, e, no início da tarde, pega as coisas que separou para a viagem.

É dia de visita no sistema carcerário paulista. Ainda não são nem 14h do dia 15 de fevereiro e a moça de 22 anos inicia a saga semanal que só vai atingir o objetivo cerca de 18 horas depois, quando ela atravessa o portão da penitenciária para abraçar e beijar seu marido, preso há três anos, três meses e alguns dias.

Importante mencionar que o nome dela não é Bruna, mas será identificada assim nesta reportagem, assim como as demais personagens citadas no texto que visitam seus companheiros encarcerados. 

O principal temor das mulheres de presos é que seus maridos sofram represálias e sejam transferidos para outros presídios. Ir para uma cidade mais distante aumentaria os gastos e dificultaria as visitas.

Portanto, localidades e nomes de presidiários e visitantes também não serão mencionados por aqui.

Para os presos, a visita que recebem de seus familiares é algo quase sagrado. A desembargadora Ivana David, do TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo) explica que essa é uma das poucas formas legais que a pessoa que perdeu a liberdade tem para saber como está a vida na rua, receber as notícias do mundo, ver rostos novos, entre outras coisas.

Nas filas para entrar nos presídios e ver um familiar, o que predomina são as mulheres — muitas vezes com crianças. Somente no Estado de São Paulo, por exemplo, estão cadastradas 531 mil pessoas para visitação nas unidades prisionais. Segundo a SAP-SP (Secretaria de Administração Penitenciária), 409.177 são do sexo feminino, o que representa 77% do total.

Mulheres são maioria nas filas para visitar companheiros e maridos nos presídios brasileiros (Arte/ R7)

Mulheres são maioria nas filas para visitar companheiros e maridos nos presídios brasileiros

Arte/ R7

Por ser um dos direitos mais preciosos para os presidiários, a visita é ponto em que as mulheres mais temem fazer algo que possa interferir negativamente. Desde a aceitação em dar entrevista com a condição de não ser identificada (para não correr o risco de ser impedida de entrar no presídio), até nas formas de se comportar nas dependências da unidade prisional, tudo é feito pensando em como não parar de visitar o marido preso.

Bruna sempre faz tudo com muito cuidado, mas um favor que tentou fazer para a amiga Rebeca, de trazer um bilhete de outro preso para entregar a ela, a prejudicou. “Tomei um gancho [castigo] de um mês por causa de um pipa [recado] que os agentes pegaram comigo. Me deram um mês de gancho e meu marido ficou 10 dias no pote [isolado]”, conta ela.

Uma longa jornada

Hoje, Bruna procura seguir na linha para não colocar as visitas em risco. E a jornada até o marido é longa. Apaixonada, e sem sequer cogitar a possibilidade de ficar sem ver seu companheiro, Bruna precisa viajar para poder encontrá-lo pessoalmente e matar um pouco da saudade. Para dar o primeiro passo, que é sair de sua cidade e percorrer cerca de 100 km até o município onde fica o presídio, ela tem duas opções de transporte.

A primeira, usada mais comumente (porém, com o custo mais alto), envolve pegar um ônibus a R$ 3,50 para ir até a rodoviária. De lá, é preciso embarcar em outro coletivo, este de viagem, com a tarifa de R$ 20. Já na cidade do presídio, ela tem de desembolsar mais R$ 20 para ir de Uber (única opção de transporte) do centro para a porta da penitenciária. Depois, tem os mesmos gastos para voltar. 

A segunda opção, que depende da disponibilidade de um motorista, é em carro de passeio, com mais duas ou três amigas, também visitantes de presos na mesma unidade. Cada uma paga R$ 60 ao motorista que as leva, faz todos caminhos de que elas precisam na cidade do presídio e fica com as mulheres para voltar no domingo, após a visita.

A longa jornada das mulheres de presidiários inclui passar um bom tempo em filas (Arte/ R7)

A longa jornada das mulheres de presidiários inclui passar um bom tempo em filas

Arte/ R7

No dia que foi acompanhada pela reportagem, Bruna estava com duas amigas e o motorista em um Celta prata que seguia por caminhos alternativos, fugindo de pedágios e explorando ao máximo a velocidade — e, inclusive, ultrapassando os limites, às vezes — para chegar à penitenciária com a agilidade demandada pelas mulheres.

A viagem durou quase duas horas. Ainda faltavam 15 horas para iniciar oficialmente a visita. Bruna, que costuma ser sempre uma das primeiras, dessa vez foi a nona a chegar à fila formada na lateral da rodovia que margeia a penitenciária. “Cheguei tarde, eu queria ser a primeira”, diz.

Essa primeira fila é uma organização alternativa feita pelos próprios familiares. Quem chega primeiro, pega um número e passa o número subsequente ao próximo. Ninguém pode sair da fila antes das 19h e essa organização reúne cerca de 300 visitantes — quase que a totalidade composta de mulheres de presos, algumas com filhos.

No começo da noite, as mulheres com senha estão liberadas e resta apenas a última da fila. Essa deve passar o número subsequente ao próximo visitante que chegar e também está dispensada. E, assim, sucessivamente.

Dividir um Uber com as amigas que também visitarão seus maridos na mesma unidade prisional é uma alternativa de transporte (Arte/ R7)

Dividir um Uber com as amigas que também visitarão seus maridos na mesma unidade prisional é uma alternativa de transporte

Arte/ R7

Com a senha em mãos, o próximo destino de Bruna é ir a um conjunto habitacional em um bairro pobre do município. Ela fica na casa de uma amiga, a Rebeca, que a hospeda com as outras duas companheiras de presos. “Graças a Deus tem essa menina que agora vai deixar a gente ficar na casa dela”.

A amizade entre Bruna e Rebeca — assim como tantos outros laços de afeição das jovens — nasceu na porta do presídio. Bruna a conheceu enquanto Rebeca pagava um castigo e não podia visitar o marido. 

Quando a amiga estava impedida de fazer a visita, Bruna levava metade do "jumbo" ao próprio marido e outra metade para o companheiro de Rebeca. Jumbo é o nome que se dá, na gíria, às comidas, roupas e itens de higiene que as visitantes costumam levar para os presos.

Há regras específicas para o 'jumbo', as sacolas transparentes com comidas e objetos pessoais que as mulheres levam para seus maridos presos (Arte/ R7)

Há regras específicas para o 'jumbo', as sacolas transparentes com comidas e objetos pessoais que as mulheres levam para seus maridos presos

Arte/ R7

Essa relação de amizade entre as duas mulheres se fortaleceu e, agora, a ajuda vem do outro lado. Bruna chega na casa da amiga e vai direto para cozinha: é hora de preparar a comida. Macarrão ao molho, bacon, carne vermelha, linguiça... Sem contar os pães, bolos e frutas.

Está tudo preparado com carinho e seguindo as regras impostas pela SAP-SP para as refeições de domingo. Carnes separadas do macarrão, bolo e frutas cortadas, pães sem nada de frios. “Eu não tenho coragem de comer nada, nem aqui, nem lá dentro, deixo tudo para ele, que não tem nada disso ao longo da semana”, afirma.

O relógio se aproxima de 23h quando Bruna termina de preparar o jumbo. Ela já está há quase 10 horas sem comer e ainda vai esperar mais nove horas para chegar o tão esperado momento de ver o companheiro. Come um lanche e vai descansar um pouco.

Às 3h da madrugada, a jovem está de pé novamente. Se prepara para ir ao presídio de novo. Nesta alternativa mais em conta de visita, o motorista sempre está com ela. Antes mesmo de o dia amanhecer, pega a senha oficial com agentes penitenciários — que segue a mesma ordem do que já haviam organizado no dia anterior.

Por volta das 7h30, Bruna atinge o auge da ansiedade e vê os primeiros visitantes entrarem, por enquanto, somente os com condições preferenciais (idosos, gestantes). Pouco depois das 8h, é a vez de ela entrar e seguir sua caminhada até encontrar o companheiro.

Mulheres percorrem longas distâncias e enfrentam inúmeras dificuldades e preconceitos para poder abraçar seus maridos presos (Arte/ R7)

Mulheres percorrem longas distâncias e enfrentam inúmeras dificuldades e preconceitos para poder abraçar seus maridos presos

Arte/ R7

Para mulheres que não têm amizades para se hospedar gratuitamente na véspera da visita, existe uma pousada que cobra valor abaixo do que se pagaria em algum hotel, mas eleva os gastos da família do preso — valores que dificultam visitas mais frequentes, inclusive.

Na cidade onde o companheiro de Bruna está detido, um albergue que recebe as mulheres visitantes cobra R$ 30 pela estadia, mais R$ 10 para cozinhar. A fazendinha, como é chamada, costuma receber entre 10 e 15 mulheres. Elas fazem uma fila de espera (mais uma fila) para poder utilizar o fogão.

Além da distância

A situação de Renata, de 28 anos, é diferente. A distância não é o principal problema. Há quase um ano ela visita seu companheiro que está detido em um Centro de Detenção Provisória, que fica na mesma região onde ela reside, na capital paulista.

Apesar de levar apenas cerca de 30 minutos de casa para o presídio, uma quarta-feira por mês, e aos domingos de meses alternados, tem a rotina completamente alterada, além dos custos envolvidos para fazer as visitas.

Na unidade prisional onde o companheiro dela está detido provisoriamente há oito meses, em um mês fazem as visitas aos sábados e, no outro, aos domingos. Os alimentos e produtos de higiene são entregues toda semana, em dia útil.

Renata consegue se adequar financeiramente para mandar o jumbo uma vez por mês e com sua rotina consegue fazer apenas as visitas de domingo. Mesmo ajustando para conseguir sanar as necessidades do marido, quando prepara o “jumbo completo” (com roupas, além das comidas e objetos de higiene pessoal) chega a gastar cerca de 20% do que recebe no mês.

Fora o malabarismo que faz com o tempo justo. “Saio de casa às 7h30 para conseguir voltar e trabalhar, porque não posso faltar no meu serviço. No presídio tem fila e já aconteceu de eu ficar esperando e vir embora por conta da demora para nos atender, e como eu precisava ir trabalhar, voltei com tudo para trás”, diz Renata.

Já nos dias de visita, ela sai de casa às 5h40. Pode gastar uma hora e 20 minutos para chegar à unidade prisional de transporte público. Pontualmente às 7h, uma organizadora da fila começa a distribuir senhas para os familiares. Essa é a organização independente da SAP-SP, antes da fila formal do presídio

Não vivemos mais nada, só de casa para o trabalho e fim de semana é presídio

Renata, mulher de presidiário

O passo seguinte, para Renata finalmente reencontrar o companheiro, é sempre uma incógnita. “Depende muito do humor dos funcionários. Teve uma vez que peguei a senha 43 e entrei 11h30. Sem contar que lá não tem cobertura, então, em dias de sol forte é horrível, e na chuva é ainda pior”, diz.

O julgamento do marido dela aconteceu no final do ano passado e em breve sua rotina vai mudar. Mas essa não é uma notícia boa. Após a condenação, ela criou na cabeça o enredo do futuro: “Logo ele vai ser transferido e infelizmente não vou mais poder visitar, por conta do gasto”, lamenta. Ela planeja enviar o jumbo por Sedex, “pois é a única maneira que vou poder ajudá-lo a esperar a tão sonhada liberdade.”

O obstáculo “distância” enfrentado por Bruna e que, provavelmente, em breve também vai ser o adversário de Renata, não era para ser padrão para quem quer visitar um familiar privado da liberdade. A desembargadora Ivana explica que o correto seria os presos cumprirem penas próximos de onde viviam enquanto estavam em liberdade.

"Ter um parente preso em uma região que não é a que mora é um preço muito alto que a mulher paga. Tecnicamente falando, o ideal, que está na lei de execução penal, é que o preso cumpra sua pena próximo de sua família. Isso também é um direito do preso, entretanto, geopoliticamente é muito difícil construir um presídio, porque, na sociedade, ninguém quer um presídio na rua da sua casa. Dizem que presídio é muito bom, mas na cidade do vizinho”, afirma a desembargadora.

A desembargadora Ivana David explica que explica que o correto seria os presos cumprirem penas próximos de onde viviam enquanto estavam em liberdade (Márcio Neves/ R7)

A desembargadora Ivana David explica que explica que o correto seria os presos cumprirem penas próximos de onde viviam enquanto estavam em liberdade

Márcio Neves/ R7

Embora ainda não tenha a distância como inimiga, Renata precisa driblar muitas adversidades diárias para sobreviver. Moradora de uma favela e mãe de um menino de 6 anos, ela trabalha como monitora em um ônibus escolar e com este serviço ganha mensalmente R$ 600. Aos sábados, faz a limpeza em uma casa e recebe R$ 300. Ganha também R$ 100 do Bolsa Família, que ajuda bem a complementar sua renda.

Os gastos mensais fixos de Renata já consomem mais da metade dos ganhos: comprou um barraco de madeira, onde mora, por R$ 10 mil, e paga R$ 500 por mês, além de desembolsar R$ 150 para uma mulher cuidar do filho dela de segunda-feira a sábado.

Nos dias de visita, gasta cerca de R$ 10 de passagem para ir e voltar do presídio e o mesmo valor para guardar os documentos nos arredores. Leva cerca de R$ 80 reais em alimentos e bebidas que podem entrar no dia de visita, além de outros gastos, principalmente com o filho, durante as idas.

Realidades semelhantes

Além do companheiro preso, Renata e Bruna partilham de realidade bem semelhante: as duas têm filhos pequenos, trabalham informalmente para ganhar em torno de um salário mínimo, classificam a parceria com o homem privado da liberdade como uma das prioridades e convivem com a luta para superar os preconceitos.

“Todo mundo como eu, que tem alguém da família preso, precisa todos os dias agradecer a Deus por nos colocar de pé, e tem que pedir muita força. Não é fácil, pois temos muitos gastos e não vivemos mais nada, só de casa para o trabalho e fim de semana é presídio”, diz Renata.

Do outro lado da história, a desembargadora do TJ-SP diz que viu muitos familiares de presos sendo alvos de preconceito e seu envolvimento em julgamentos de casos fizeram com que ela conhecesse a vulnerabilidade que pode acometer os parentes de criminosos. No entanto, Ivana ressalta que o preconceito da sociedade acaba extrapolando o que manda a lei.

Vejo muitos falando que sou ‘marmita de preso’ e que quando ele sair vai me deixar

Bruna, mulher de presidiário

“Se a gente for continuar levando em consideração o que diz a lei, a pena não passa da pessoa do réu. É ele quem tem que ir para o presídio, se arrepender, cumprir sua pena, se reintegrar à sociedade e voltar como cidadão recuperado. A mãe, a mulher, não têm nenhuma responsabilidade sobre isso. Mas, na vida prática, na rotina, as pessoas, em sua maioria, quando sabem que o filho de sua empregada eventualmente se envolveu em uma conduta criminosa, o familiar também é rechaçado e afastado”, afirma Ivana.

Bruna e Renata dizem que os preconceitos e ataques vêm de todos os lados. Na porta dos presídios, dos funcionários; dentro de casa, dos familiares; nas redes sociais, com várias piadas; e até mesmo dos políticos e figuras públicas, que lançam bordões para atacar quem está preso e seus familiares.

Ao longo das batalhas, alguns momentos são marcantes e mais doloridos. Não precisa nem perguntar para Renata lembrar uma dor: “muitas humilhações na porta do presídio, funcionários tratam os visitantes muito mal, e a gente sem saber o que pode acontecer com o preso”. Já a dor de Bruna vem das redes sociais: “Vejo muitos falando que sou ‘marmita de preso’ e que quando ele sair vai me deixar”.

Bruna se diz mais moldada com a realidade. Ela afirma que, desde que passou a morar sozinha, não aceita mais que ninguém influencie sua vida. Para manter ainda mais sua independência, paga para sua mãe cuidar do filho e tem orgulho em dizer que "ninguém faz nada de favor."

O mau das pessoas é achar que o governo banca o preso. Mal sabem que quem luta somos nós

Bruna, mulher de presidiário

Para fazer tudo sozinha, a luta de Bruna é enorme. Acorda diariamente às 5h e leva os filhos para escola. Os avós buscam o menino e cuidam do mais velho (de cinco anos) no período da tarde, enquanto o mais novo (três anos) tem aulas no período integral.

Sem as crianças, chega por volta das 7h nos semáforos no centro do município para começar a vender suas balas. São 12 horas, todos os dias, colocando o doce nos retrovisores de cerca de 10 carros que param. Depois, sai recolhendo as guloseimas dos que não querem comprá-las e finalizando as compras dos que desejam ficar com a mercadoria.

O trabalho é intenso. Ela quase não tem descanso. A todo momento precisa ficar com um olho no motorista e o outro na fiscalização. "Os guardinhas perseguem mais a gente do que os bandidos", afirma. Ela tem muitas histórias de ter resistido aos agentes da prefeitura para seguir firme na luta para conquistar seu dinheiro trabalhando.

Suas contas para pagar uma vez por mês são apenas os R$ 450 de aluguel, mais cerca de R$ 100 de água e luz. Para casa, ela faz as compras semanais e gasta em torno de R$ 150 para sobreviver com os dois filhos. Mas o que pesa mesmo é para manter o preso: R$ 300 de alimentos e produtos de higiene toda semana.

Macarrão, pão, linguiça, bacon, são alguns dos itens que Bruna prepara para levar ao marido preso (Márcio Neves/ R7)

Macarrão, pão, linguiça, bacon, são alguns dos itens que Bruna prepara para levar ao marido preso

Márcio Neves/ R7

Para o jumbo do marido, Bruna costuma comprar carnes, pães, bolos, macarrão, frutas, refrigerantes e água. Sem contar lâminas de barbear, xampu, entre outras coisas. E é quando ela coloca todos esses gastos na ponta do lápis que consegue fazer uma leitura da injustiça que sofre.

“O mau das pessoas é achar que o governo banca o preso. Mal sabem que quem luta somos nós. Muita gente não enxerga o trabalho que a gente tem, pensa que somos do corre e vagabundos, mas não sabem o quanto a menina que está por trás é honesta, trabalha, luta pelos filhos e luta pelo marido.”

Mesmo passando por tudo isso, elas não hesitam em dizer que tudo vale a pena. Toda peleja é paga com o amor e toda conduta é moldada pelo respeito e temor de sofrer ganchos e ficar sem ver o companheiro.

“Eu vou fechar com ele, vou somar com ele até o fim. Amor é isso, casamento é isso. Eu amo ele de verdade, estou com ele pela pessoa que é comigo, independente dos erros. Ele errou, mas está pagando pelo crime, só que, para mim, ele sempre fez de tudo, então por que não vou ajudar agora?”

Depois da visita, a viagem de volta das mulheres dos presos, agora de sacolas vazias, esperando o próximo encontro (Arte/ R7)

Depois da visita, a viagem de volta das mulheres dos presos, agora de sacolas vazias, esperando o próximo encontro

Arte/ R7

Reportagem: Kaique Dalapola
Edição: Luciana Mastrorosa
Arte: Matheus Vigliar
Fotos: Márcio Neves
Vídeo: Márcio Neves
Edição e finalização de vídeo: Danilo Barboza e Edimar Sabatine
Sonoplastia: Luciano Gonçalves