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Camila Busnello, da Record TV

Este texto pode começar com a pergunta que me fez ir atrás do tema para a série exibida nesta semana no Jornal da Record: como foi ser mulher diante dos horrores do regime autoritário de Adolf Hitler.

Procurei em livros e conversas com especialistas. A resposta sempre foi a mesma: foi mais difícil para nós porque as mulheres eram mais vulneráveis, mais fracas para os trabalhos forçados.

Sobreviviam por pouco tempo quando eram submetidas a serviços exaustivos, com quase nada de comida e descanso. Higiene, nem se fala. Mas tinha mais. A dor da separação dos filhos. Às vezes, para morrer, outras para se esconder, para salvar o filho. Ou, pior, ainda passar pela experiência mais traumática que qualquer outra. Ver o próprio filho ir para as câmaras de gás.

Nesse assunto, descobri histórias horríveis de mulheres que trabalharam como guardas nazistas, que queriam fazer carreira nos campos de extermínio. E também daquelas que recebiam salário em funções como secretária, enfermeira. Elas eram tão cruéis quanto os homens. E poucas foram julgadas pelos crimes contra a humanidade que cometeram.

Descobri histórias horríveis de mulheres que trabalharam como guardas nazistas.

Camila Busnello, repórter

Estas imagens a seguir mostram nossa viagem quando passamos por uma vila preservada na Polônia, quase na fronteira com a Ucrânia. Visitamos um esconderijo em que uma família judaica viveu por dois anos com o auxílio de mulheres e homens que arriscavam a própria vida para ajudá-la.

Do outro lado, estão nossas personagens. Hoje com 80 anos, 90 ou mais, é a última geração que viu tamanha violência, ódio, de perto. Todas têm um ponto em comum: as histórias de apoio das mães.

Como Suzanna, no vídeo abaixo, que ficou num orfanato por um ano e oito meses, até ser encontrada por um carteiro que saiu pelas ruas da Hungria em busca da menina perdida. Achou. A mãe esperava poder cumprir a promessa que fez no começo da guerra. Nunca mais se separar da filha. E foi assim até ela falecer, já velhinha.

Dona Margot, de cabelos grisalhos e que aparece a seguir, recém-saída do hospital, recebeu nossa equipe na casa dela. Ela passou pelo episódio da Noite dos Cristais, o primeiro ataque a sinagogas, casas e comércios judaicos na Alemanha e na Áustria ocupadas. Cem judeus morreram fuzilados ou atacados a pauladas naquela noite. E a Segunda Guerra Mundial nem tinha começado. O recado dela é urgente: “Não ao antissemitismo”.


A resiliência, a vontade de viver, o amor entre quem conseguiu sobreviver, mas viu famílias inteiras serem executadas.

Nossas personagens encontraram, no Brasil, a chance de refazer a vida. Elas se casaram, tiveram filhos, netos e bisnetos. E todas, sem exceção, quiseram expor as lembranças do Holocausto, para que isso nunca se repita.

Mulheres fortes que respondem ao nazismo de uma forma simbólica. Simplesmente por estarem vivas para contar essa história.

Clique aqui e veja fotos da viagem da equipe da Record TV aos campos de concentração na Polônia

A equipe do 'Jornal da Record': Bruno Lima, Roberto Bergamini e Camila Busnello em Auschwitz (Bruno Lima e Roberto Bergamini/Record TV
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A equipe do 'Jornal da Record': Bruno Lima, Roberto Bergamini e Camila Busnello em Auschwitz

Bruno Lima e Roberto Bergamini/Record TV
Veja a série do 'Jornal da Record'

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Reportagem e Produção: Camila Busnello
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Produção Audiovisual: Julia de Caroli
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