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Por Thais Furlan, do Doc Investigação
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Reprodução/PlayPlus

Sucesso no PlayPlus, o Doc Investigação chega à tela da RECORD nesta segunda-feira (19). Com exclusividade ao R7 Estúdio, a repórter Thais Furlan, que está à frente da série true crime, revela como foi o desafio de recontar, sob uma nova ótica, casos de grande repercussão no Brasil. Confira a seguir:

"A porta da delegacia é a minha casa, há 20 anos. Um lugar que pouca gente gosta de estar. Dali, nunca sai notícia boa. Quem me conhece sabe que o ritmo acelerado (muito!) e o caos fazem parte do meu dia a dia. Por uma grande coincidência, naquele momento, há exatamente um ano, eu carregava uma inquietação particular: um incômodo de que eu precisava encontrar, na mesma porta de delegacia, algo mais profundo. Foi aí que recebi uma missão incrível e inesperada: produzir uma série documental Doc Investigação sobre 12 crimes reais para a TV aberta e streaming [PlayPlus]. Um presente valioso para qualquer repórter policial.

A porta da delegacia é a minha casa, há 20 anos. Um lugar que pouca gente gosta de estar. Dali, nunca sai notícia boa

Thais Furlan

Eu não podia perder tempo. No mesmo dia, uma terça-feira quente em São Paulo, encontrei o ponto de partida para o Doc Investigação: enviar cartas para criminosos ou suspeitos — muitos deles estavam atrás das grades.

Era começo de um jantar, logo depois de um plantão longo em uma delegacia. Na hora, eu nem me atentei. Mas, na verdade, eu retomava uma prática antiga minha... Rapidamente, peguei um caderno universitário, num improviso. Não era meu. Foi difícil achar uma página em branco em meio a anotações de matemática do segundo grau. Arrumei uma caneta roxa com quase nenhuma tinta. Liguei uma música bacana, forte. Deixei a comida esfriar.

Fiz uma lista improvisada na minha cabeça de possíveis crimes que gostaria de recontar [na série]. Escolhi um suspeito bem conhecido das páginas policiais e saí escrevendo... [a carta para tentar entrevistá-lo].

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Reprodução/PlayPlus

Naqueles minutos, eu fui apenas a Thais Furlan. Pura e crua. Escrevi do jeito que pensava. Do jeito que falo com quem me cerca. Sem respiro. Tudo acelerado. Informal. Meio atrapalhado, talvez. Eu queria verdade no papel. O resultado foi uma carta intensa, que refletia a mente e a alma inquietas desta repórter.

Dois dias depois, pouco antes de um almoço de domingo com a família, surgiu o nome de um outro condenado na minha cabeça [que também poderia ser um dos entrevistados do Doc Investigação]. E lá vem mais uma carta de supetão. Minha irmã, Lígia, gravou um vídeo enquanto eu escrevia. Acho que ela sempre soube que as respostas chegariam.

Fiz uma lista improvisada na minha cabeça de possíveis crimes que gostaria de recontar. Escolhi um suspeito bem conhecido das páginas policiais e saí escrevendo...

Thais Furlan

De lá para cá, foram dezenas de cartas... [escritas para criminosos ou suspeitos que poderiam fazer parte da série] Em almoços, jantares, bares, hotéis, no trânsito parado. Se a ideia vinha, eu largava tudo e escrevia. E já seguia para os Correios. Não importava o compromisso que tinha pela frente. As cartas não podiam esperar. Eu seguia o ritmo da minha cabeça.

Abri uma caixa postal e, diariamente, passava nos Correios, ansiosa. A falta de resposta foi meu combustível durante meses para escrever mais. Até que um dia, as tão valiosas [cartas] começaram a chegar. Os funcionários dos Correios vibravam comigo toda vez que eu encontrava aquela caixinha de alumínio cheia. Eram cartas escritas à mão, de dentro da cadeia.

Quando assumi o Doc Investigação, eu não aceitava a ideia de não ter [entrevistas com] os condenados, réus ou suspeitos apontados como autores de crimes tão bárbaros no documentário. Coisa de repórter de polícia. Há 23 anos, eu acompanho de perto todo tipo de crime. Todo mesmo! Vejo o lado mais cruel do ser humano. E era raro não voltar para casa com a cabeça cheia de questionamentos. Não os técnicos: quem matou? Onde matou? Quais evidências? Isso sempre era fácil reportar.

As respostas para as perguntas subjetivas me tiravam a paz. O que tornava um cidadão — com a vida aparentemente dentro da normalidade — em um assassino de um segundo para o outro? Qual era o ímpeto ou desejo de matar alguém tão próximo? Que sinais esses criminosos deram durante uma vida inteira e ninguém enxergou?

As respostas para as perguntas subjetivas me tiravam a paz. O que tornava um cidadão — com a vida aparentemente dentro da normalidade — em um assassino de um segundo para o outro?

Thais Furlan

Esse foi o jeito que nasceu para mim o Doc Investigação: a primeira série documental sobre crimes reais da TV aberta. Mas para uma equipe grandiosa, o Doc Investigação nasceu de outras formas. E essa é a riqueza do programa. Mentes inquietas, como a minha, recontando e desvendando casos famosos sob muitas óticas.

Outra premissa era trazer novidade em cada caso. Isso a gente não abria mão. E foi cumprido à risca.

Meu papel foi também de levar ao ar a alma desta simples repórter, que tem o maior orgulho de ser chamada de repórter policial. Raiz mesmo. Que perturba o investigador, o delegado e o assassino para ter todos os detalhes da notícia. Que aponta erro em processo e inquérito tido como "limpo". Que não negocia princípio. E acima de tudo não desiste nunca, porque é uma otimista por vocação.

Tudo isso está no ar. Do melhor jeito. Uma série com meu ritmo acelerado. Com o DNA da RECORD, que tão bem cobre, há décadas, crimes que abalam a sociedade. Com a essência de jornalistas incansáveis de um núcleo de projetos especiais especializado em matérias que perseguem a verdade.

Minhas duas décadas de “porta de delegacia” me ensinaram que em todo crime há muitas verdades. O desafio do Doc Investigação foi conseguir colocar todas na mesa. Até as imperfeitas.

Quem julga é quem assiste".
 

Veja alguns números do Doc Investigação
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Arte R7
Conheça os episódios do Doc Investigação já disponíveis do PlayPlus
O Caso Bernardo Boldrini
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Condenada pela morte de Bernardo Boldrini, a madrasta do menino, Graciele Ugulini, quebra o silêncio em entrevista exclusiva. O garoto de 11 anos desapareceu em abril de 2014 em Três Passos (RS). O corpo foi encontrado dez dias depois, enterrado às margens de um rio. Além da madrasta, foram condenados pelo assassinato o pai de Bernardo, o médico Leandro Boldrini, a amiga de Graciele, Edelvânia Wirganovicz, e o irmão de Edelvânia, Evandro Wirganovicz.

O Ator Encontrado no Baú (Jeff Machado)
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O Doc Investigação entrevista com exclusividade Jeander Vinícius, preso pela participação no assassinato do ator Jeff Machado no Rio de Janeiro. Jeff desapareceu em janeiro de 2023, quando esperava ser contratado para uma novela da Rede Globo. Um amigo, Bruno de Souza Rodrigues, que dizia ser funcionário da emissora, cobrou R$ 18 mil para supostamente conseguir a vaga para Jeff. Depois de quatro meses de buscas pelo ator, Bruno confessou que Jeff estava morto dentro de um baú e que foi enterrado em uma kitnet com a ajuda de Jeander. 

O Caso Pesseghini
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Em 2013, cinco pessoas foram encontradas mortas dentro de casa, na Brasilândia, zona norte de São Paulo. Entre as vítimas, estavam os policiais militares Luís e Andreia Pesseghini. As investigações apontam como único assassino o filho do casal, Marcelinho. Passados 11 anos, um amigo do menino faz revelações inéditas sobre os últimos momentos de Marcelinho. 

A Vingança da Rainha do Papelão (Anne Frigo)
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A socialite Anne Cipriano Frigo, de 46 anos, foi presa por mandar matar o namorado Vitor Lúcio Jacinto, de 42, depois de descobrir uma traição. O corretor de imóveis, Carlos Alex Ribeiro de Souza, contratado por Anne Frigo e condenado como autor do crime, dá uma entrevista exclusiva à jornalista Thais Furlan. Anne morreu um ano após ser presa, em consequência de um câncer no cérebro. 

O Médico Predador (Chipkevitch)
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O ex-pediatra Eugênio Chipkevitch foi condenado a 114 anos de prisão por abusar sexualmente de meninos de 8 a 13 anos e filmar dentro do consultório cenas de sexo com as crianças dopadas. Pela primeira vez, vítimas do médico, hoje homens adultos, aceitam falar sobre os crimes.

O Mistério de Serrambi
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O depoimento exclusivo de uma testemunha reacende o mistério em torno do assassinato das adolescentes Tarsila Gusmão e Maria Eduarda Dourado na praia de Serrambi, no Grande Recife. As jovens foram vistas com vida pela última vez ao entrarem em uma Kombi em maio de 2003. Os corpos só foram encontrados dez dias depois em um canavial, pelo pai de Tarsila. Acusados pelo crime, os kombeiros Marcelo e Valfrido Lira foram presos em 2008, mas absolvidos em júri realizado em 2010. O caso segue sem solução.

O Serial Killer de Goiânia
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Condenado a mais de 600 anos de prisão, Tiago Henrique Gomes da Rocha é conhecido como o “serial killer de Goiânia”. Vaidoso e extremamente frio, Tiago confessou o assassinato de 39 pessoas. As mulheres eram o alvo favorito dele. 

A Máfica dos Transplantes (Pavesi)
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O nefrologista Álvaro Inhaez foi preso em maio de 2023 para cumprir pena de 21 anos e oito meses pela retirada ilegal dos órgãos de Paulo Pavesi, de 10 anos, no ano 2000. Outros três médicos também foram condenados, mas a Justiça recolheu o pedido de prisão após habeas corpus. A suspeita é de que eles integrem uma máfia de transplantes ilegais em Poços de Caldas (MG).

O Doc Investigação está disponível no PlayPlus e estreia na próxima segunda (19), na tela da RECORD, às 22h45.


Diretora de Conteúdo Digital e Transmídia: Bia Cioffi
Coordenadores Transmídia: Bruno Oliveira e Juliana Lambert
Texto: Thais Furlan
Analista de redes sociais: Otavio Matenhauer Urbinatti 
Estagiários: Bethânia Machado e João Pedro Araújo
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