Ver o conteúdo do artigo
Por Giovana Sobral

A Terra completa uma volta ao redor do Sol e sinaliza 365 dias passados. O movimento de translação aponta que um ano já se passou e que o caso da menina Lara segue — quase — sem respostas.

Só uma saída

Era 16 de março de 2022, quando Luana e Reginaldo de Oliveira, pais de Lara Maria Oliveira Nascimento, de 12 anos, apareceram ao vivo no Cidade Alerta com um bolo e um cartaz com a foto da filha nas mãos. A adolescente completaria 13 anos dali alguns dias, mas a família não poderia comemorar sem a presença dela em casa.

Lara saiu para comprar refrigerante em um mercadinho de Campo Limpo Paulista (SP) e nunca mais voltou para casa. Segundo uma funcionária do estabelecimento, a menina chegou a comprar a bebida e alguns doces, o que indica que ela desapareceu no trajeto de retorno.

Lara foi ao mercado buscar refrigerante e nunca mais voltou para casa (Reprodução/Record TV)

Lara foi ao mercado buscar refrigerante e nunca mais voltou para casa

Reprodução/Record TV

Bastaram três dias para que Lara fosse encontrada, infelizmente, sem vida. A polícia já havia feito buscas na tentativa de encontrar a menina quando ela ainda estava desaparecida. A partir daí, o caso de desaparecimento se tornou uma investigação de assassinato.

É difícil ter que ‘explicar’ uma maldade que não foi você quem cometeu

Luana Oliveira, mãe de Lara

Como explicar o porquê uma menina de apenas 12 anos foi assassinada com diversas pancadas na cabeça? De acordo com o laudo da morte da jovem, ela sofreu um traumatismo craniano.

Lara foi assassinada com diversas pancadas na cabeça (Reprodução/Record TV)

Lara foi assassinada com diversas pancadas na cabeça

Reprodução/Record TV

Poderia Lara ter sido vítima de um possível maníaco sexual que teria tentado sequestrá-la para cometer abuso e, com a reação da vítima, decidido matá-la de forma tão brutal? No entanto, o laudo também apontou que Lara não sofreu abuso sexual, o que tornou o quebra-cabeça ainda mais misterioso, complexo e intrigante.

Laudo aponta traumatismo (Arte R7)

Laudo aponta traumatismo

Arte R7

Não sei exatamente em que você, leitor, acredita, mas, por ironia do destino, a polícia recebeu, 'de bandeja', um fio para começar a tricotar essa colcha de retalhos criminal: quem encontrou o corpo de Lara foi o próprio primo dela, portanto, a polícia soube por onde começar a investigar.

Ao mesmo tempo, um tio de Lara havia deixado o presídio por conta do benefício da ‘saidinha’ de Páscoa um dia antes de a menina desaparecer.

Juntamente com esses detalhes para serem investigados no caso, testemunhas prestaram depoimentos, enquanto imagens de câmeras de segurança próximas ao local de mata onde o corpo de Lara foi encontrado eram analisadas.

A casa onde Lara morava com a família em Campo Limpo Paulista era bem próxima ao mercado onde foi vista pela última vez. No entanto, a região só era um ponto de passagem das pessoas e poucos veículos circulavam no local, o que fazia com que qualquer movimentação pudesse ser um ponto-chave para elucidar o que realmente aconteceu com a menina.

https://img.r7.com/images/r7-estudio-caso-lara-07032023163259498

Arte R7

Enquanto Luana chorava a morte da filha e pedia incansavelmente por justiça, menos de um mês depois, a polícia identificou o principal suspeito do caso, graças a uma dessas imagens de câmeras de segurança que tomaram toda a atenção dos investigadores.

Luana, mãe de Lara, pedia por justiça no Cidade Alerta (Reprodução/Record TV)

Luana, mãe de Lara, pedia por justiça no Cidade Alerta

Reprodução/Record TV

Em um dos circuitos, um carro prata passa em ruas que dão acesso ao mercadinho e à casa da menina. Na imagem, uma pessoa desce do veículo, examina o ambiente ao redor, volta para o carro e deixa o local.

Um carro prata foi identificado em um dos circuitos (Reprodução/Record TV)

Um carro prata foi identificado em um dos circuitos

Reprodução/Record TV

Paralelo a essa linha de investigação, a equipe do Cidade Alerta conversou com o homem que cobrava uma dívida de quase R$ 4 mil do pai de Lara. Luiz, que era namorado da avó de Lara,  nega o envolvimento na morte da menina e diz que já chegou a ser agredido pelos filhos da mulher.

Identidade do suspeito

Um dia depois da entrevista do homem, a polícia identificou o suspeito da morte da adolescente: Wellington Galindo de Queiroz, de 42 anos. A partir daí, os agentes pediram a prisão temporária do dono do carro prata, enquanto os moradores de Campo Limpo Paulista organizaram uma passeata para pedir justiça.

Wellington Galindo de Queiroz (Reprodução/Record TV)

Wellington Galindo de Queiroz

Reprodução/Record TV
Chinelo que Lara usava quando desapareceu (Arte R7)

Chinelo que Lara usava quando desapareceu

Arte R7

Com um caminho para a investigação, ainda assim, a população buscava, sedenta, por respostas. O tio de Lara não deixou de ser cobrado nesse meio tempo. Da prisão, ele escreveu uma carta, reafirmando não ter envolvimento na morte da sobrinha. O homem também se colocou à disposição para realizar qualquer tipo de exame que comprovasse sua inocência no caso.

Trecho da carta escrita pelo tio de Lara ainda na prisão (Arte R7)

Trecho da carta escrita pelo tio de Lara ainda na prisão

Arte R7
Rotina estranha

O Cidade Alerta teve acesso à casa de Wellington Galindo, na região de Campo Limpo Paulista. O local fica próximo da residência de Lara e também do lugar onde o corpo da menina foi encontrado. Logo de cara, o que chamou a atenção na residência, ainda em obras, foi um buraco. Não foi constatado se o espaço teria sido usado para algo relacionado ao crime, mas, o mistério levantou inúmeras hipóteses se poderia ter acontecido algo com Lara ali mesmo.

Vizinhos de Wellington contam que o homem agia de modo estranho. Ele tratava o próprio pai de modo grosseiro e costumava aparecer com muitas mulheres diferentes. Já a mãe do suspeito o defende, diz que não acredita no envolvimento do filho na morte da menina e que ele apenas vendia algumas mercadorias pela região.

Disposta a descobrir o paradeiro de Wellington, a perícia fez uma simulação das possíveis aparências que o suspeito de ter matado Lara pode ter assumido. Enquanto a polícia conseguia detalhes cada vez mais reveladores da vida do suspeito, o resultado do laudo confirmou vestígios de sangue no veículo dirigido pelo homem de 42 anos, o que tornou a história mais inusitada ainda.

https://img.r7.com/images/r7-estudio-caso-lara-07032023163610961

Arte R7

"Esse assassino destruiu a vida da minha família, ele não merece viver"

Anderson Rogério, tio de Lara

O Cidade Alerta falou, com exclusividade, com Anderson Rogério Silva, tio da menina Lara, preso em Bauru, no interior de São Paulo. O homem revelou que desejava se vingar pela morte da sobrinha e garante que não tinha dívidas com o tráfico e nem envolvimento com facções.

Mensagens misteriosas

Enquanto o desenrolar do caso tentava juntar os fios para tecer uma hipótese que fizesse sentido sobre o que aconteceu com Lara, Luana começou a receber diversas mensagens suspeitas e ameaçadoras. No texto, uma pessoa alega ter pistas concretas sobre o crime, o que deixou a mãe da garota confusa. No entanto, Luana garantiu acreditar que a pessoa das mensagens fosse Wellington, na tentativa de despistar a família sobre seu paradeiro.

https://img.r7.com/images/r7-estudio-caso-laro-07032023163819537

Arte R7

Em 22 de março, três dias após a localização do corpo de Lara, o sinal do celular de Wellington apontou que ele esteve na zona sul de São Paulo. No entanto, essa pista não foi o suficiente para revelar onde o suspeito estaria.

Corpo da menina Lara é localizado (Reprodução/Record TV)

Corpo da menina Lara é localizado

Reprodução/Record TV

Uma testemunha levantou a hipótese de que Wellington poderia não ter agido sozinho e uma imagem aponta, pelo menos, duas pessoas responsáveis por abordar Lara e levá-la até o carro prata, dirigido pelo homem.

A Justiça decretou a prisão preventiva de Wellington Galindo, mas, até hoje, o paradeiro do suspeito é desconhecido. Tudo isso, após a Terra completar mais uma volta ao redor do Sol e sinalizar 365 dias passados. O movimento de translação aponta que um ano já se passou e que o caso da menina Lara segue — ainda — sem respostas.

Na nova temporada do Cidade Alerta Em Série, você acompanha os detalhes chocantes da investigação da morte de Lara. Em abril no PlayPlus!


Diretora de Conteúdo Digital e Transmídia: Bia Cioffi
Coordenadores Transmídia: Bruno Oliveira e Juliana Lambert
Pauta: Nicolas Campos
Texto: Giovana Sobral
Analistas de redes sociais: Giovana Sobral e Yasmin Dias
Estagiária: Julia Caires  
Coordenador de Arte e Criação Multiplataforma: Matheus Vigliar
Arte R7: Sabrina Cessarovice